segunda-feira, 9 de março de 2009

Livros obrigatórios




O conto Verba testamentária, de M

RESUMO DOS CONTOS DE MACHADO DE ASSIS. Livro Espelho, e  outros contos.
ps: 2 resumos dos contos o do "Umas ferias" e "Ideias de Canário" eu não consegui o resumo. PS: esses resumos não são de minha autoria.

- ESPELHO
O Espelho à Inicialmente narrado em 3ª pessoa, há o relato teórico que revolve a essência humana através da investigação metafísica, antecipada no subtítulo "esboço de uma nova teoria da alma humana". 
Jacobina, personagem central do conto, toma a palavra e em 1ª pessoa revela como descobriu sua verdadeira essência, isto é, como reconheceu sua própria identidade ao vestir uma farda de alferes. Para reforçar a idéia das duas almas, Machado utiliza a imagem de duas metades de uma mesma laranja que constituem, em última instância, as duas almas humanas - a interior e a exterior - e a laranja, como a alma, só estará completa quando as duas metades estiverem física e metafisicamente unidas.

- O EMPRÉSTIMO

conto O Empréstimo de Joaquim Maria Machado de Assis é parte da obra Papéis Avulsos. Conforme o narrador a história é uma anedota verdadeira que em consonância com ele outras pessoas conhecem e poderiam confirmá-la, para isso fazendo alusões a Calyle, Pitágoras, Sêneca e Balzac. Assim, o conto é a história de Custódio que numa última tentativa vai a busca de um empréstimo com o tabelião Vaz Nunes. Às quatro horas, no cartório na rua do Rosário, todos fecham suas gavetas, trocam seus paletós e saem à rua, menos Vaz Nunes que ficou só. Ele era um tabelião honesto, um dos homens mais perspicazes do século. Tinha um olhar de lanceta, cortante e agudo. Ele adivinhava o caráter das pessoas que o buscavam para escriturar os seus acordos e resoluções; conhecia a alma de um testador muito antes de acabar o testamento; farejava as manhas secretas e os pensamentos reservados. Usava óculos, como todos os tabeliães de teatro; mas, não sendo míope, olhava por cima deles, quando queria ver, e através deles, se pretendia não ser visto. Finório como ele só, diziam os escreventes. Em todo o caso, circunspecto. Tinha cinqüenta anos, era viúvo, sem filhos, e, para falar como alguns outros serventuários, roía muito caladinho os seus duzentos contos de réis. De repente, olhando para a porta da rua estava parado na soleira, um homem que ele não conheceu logo, e mal pôde reconhecer daí a pouco. Vaz Nunes pediu-lhe o favor de entrar; ele obedeceu, cumprimentou-o, estendeu-lhe a mão, e sentou-se na cadeira ao pé da mesa. Não trazia o acanho natural a um pedinte; ao contrário, parecia que não vinha ali senão para dar ao tabelião alguma coisa preciosíssima e rara. E, não obstante, Vaz Nunes estremeceu e esperou. Custódio recordou a ceia de Natal na Tijuca em casa de Teodorico e faz Vaz Nunes recordar-se dele. Custódio era um homem de quarenta anos. Vestia-se pobremente, mas escovado, apertado, correto. Usava unhas longas, curadas com esmero, e tinha as mãos muito bem talhadas, macias, ao contrário da pele do rosto, que era agreste. Tinha um ar de pedinte e general. Na rua, andando, sem almoço e sem vintém, parecia levar após si um exército. A causa não era outra mais do que o contraste entre a natureza e a situação, entre a alma e a vida. Nascera com a vocação da riqueza, sem a vocação do trabalho. Tinha o instinto das elegâncias, o amor do supérfluo, da boa chira, das belas damas, dos tapetes finos, dos móveis raros, um voluptuoso, e, até certa ponto, um artista, capaz de reger a vila Torloni ou a galeria Hamilton. Mas não tinha dinheiro; nem dinheiro, nem aptidão ou pachorra de o ganhar; por outro lado, precisava viver. Vivia, principalmente, da doação de um e de outro, mas se metia em negócios que pudesse escolher e ganhar algum dinheiro, entretanto, tinha o faro das catástrofes. Entre vinte empresas, adivinhava logo a insensata, e metia ombros a ela, com resolução. O caiporismo, que o perseguia, fazia com que as dezenove prosperassem, e a vigésima lhe estourasse nas mãos. Aparelhava-se para outra. Leu um anúncio de alguém que pedia um sócio, com cinco contos de réis, para entrar em certo negócio, que prometia dar, nos primeiros seis meses, oitenta a cem contos de lucro. Custódio foi ter com o anunciante. Era uma grande idéia, uma fábrica de agulhas, indústria nova, de imenso futuro. E os planos, os desenhos da fábrica, os relatórios de Birmingham, os mapas de importação, as respostas dos alfaiates, dos donos de armarinho, etc., todos os documentos de um longo inquérito passavam diante dos olhos de Custódio, estrelados de algarismos. Vinte e quatro horas; não pedia mais de vinte e quatro horas para trazer os cinco contos. Oito ou dez amigos, a quem falou, disseram-lhe que não dispunham da soma pedida, nem acreditavam na fábrica. Tinha perdido as esperanças, quando aconteceu subir a rua do Rosário e ler no portal de um cartório o nome de Vaz Nunes. Estremeceu de alegria; recordou a Tijuca, as maneiras do tabelião,as frases com que ele lhe respondeu ao brinde, e disse consigo que este era o salvador da situação. Custódio conta a história da fábrica a Vaz Nunes que escuta silenciosamente e diz não ter tão grande quantia, se fosse menos, talvez pudesse ajudar. Custódio, descrente da boa fé do tabelião vai reduzindo os valores e acaba saindo do cartório de Vaz Nunes com cinco mil-réis como se tivesse conseguido conquistar a Ásia Menor, mas acabou garantindo o jantar.

-VERBA TESTAMENTÁRIA

Machado de Assis, centra-se no comportamento patológico de seu protagonista, Nicolau. Nele, a aparente espontaneidade decorre de procedimentos formais que, igualmente, promovem a adesão do leitor ao universo ficcional. Ainda que alicerçado na ficção, o conto revela, a partir de uma perspectiva satírica, comportamentos reais, constituindo uma alegoria da natureza egotista do ser humano.

A narração se inicia com a transcrição de uma cláusula do testamento de Nicolau B. de C., na qual exige ser enterrado em um caixão fabricado pelo Sr. Joaquim Soares, um operário humilde. A notícia se espalha pela corte e pelas províncias e é percebida como “uma ação rara e magnânima”. Entretanto, esquecido o episódio, o narrador comprova, através da exposição da vida de Nicolau, que a cláusula do testamento pode ser explicada por um problema congênito do protagonista.

A síntese da história mostra que Nicolau, desde a infância, revela um comportamento doentio: destrói os brinquedos de outras crianças que são melhores do que os seus; na escola, espanca os colegas que se mostram mais adiantados do que ele nos estudos. O sofrimento de Nicolau se acentua na idade adulta, a ponto de não poder suportar a convivência com pessoas simpáticas e nobres. Por sugestão do cunhado, que é médico, Nicolau fica isolado em um ambiente rico, onde sua auto-estima é positivamente estimulada por meio de falsas notícias ruins, publicadas em jornais também inexistentes. Apesar disso, ele piora com o passar do tempo e, quando morre, deixa uma verba para pagar um caixão de má qualidade. A irmã de Nicolau, assim como seu marido, acha o último desejo muito estranho, mas decide que a vontade do defunto deve ser cumprida.

- O CASO DA VARA

O Caso da Vara é um conto narrado em terceira pessoa e tem como personagens, Damião e Sinhá Rita. O moço Damião foge do seminário por não querer seguir carreira eclesiástica. Esta havia sido escolhida por seu pai. Sem saber a quem recorrer, refugia-se na casa de Sinhá Rita, viúva com quem seu padrinho, João Carneiro mantinha relações não entendidas por Damião. Ao explicar seu desgosto pelo seminário, Sinhá Rita resolve ajudá-lo. Po isso, manda chamar João Carneiro a fim de que ele intercedesse junto ao pai de Damião. O rapaz em pouco tempo, está à vontade, contando anedotas que animam a negrinha Lucrécia, criada da casa. Sinhá Rita, percebendo a destenção da menina com seus afazeres ameaça Lucrécia com uma vara. Isso significava que se ela não terminasse suas tarefas até à noite seria punida. Damião resolve que a protegeria, aso sinhá Rita resolvesse surrá-la com a vara. João Carneiro é colocado a par da situação e envia um bilhete, dizendo à sinhá Rita que o pai do rapaz resistia a idéia de vê-lo fora do seminário. Ao bilhete sinhá Rita responde que ele salve o moço ou nunca mais vai vê-la. À noite, quando era hora de recolher os trablhos, Lucrécia não tinha terminado o seu. Sinhá Rita, irada, pega a menina pela orelha e pede a Damião a vara. Ele vacila, mas decide proteger-se a si mesmo e, apesar das súplicas de Lucrécia, ele alcança a vara.

- GALERIA PÓSTUMA


Galeria Póstuma (publicado no livro Histórias sem Data) é uma crítica a hipocrisia, onde o sobrinho de um falecido recente lê em seu diário as verdadeiras opiniões do tio sobre aqueles que o cercavam em vida, incluindo o rapaz.

- NOITE DE ALMIRANTE 
O conto Noite de almirante foi publicado em 10 de fevereiro de 1884, no Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, e depois incluso na coletânea Histórias sem Data, do mesmo ano, pelo editor B. L. Garnier. Este conto, do início da segunda e melhor fase de Machado de Assis, traz muitas das marcas e preocupações do autor: a forte caracterização das personagens, a análise da volubilidade da alma humana, a influência dos fatores externos sobre a vida personagens etc. Como em várias outras histórias (A Cartomante é uma delas), em Noite de almirante a trama conduz todo o tempo a um inevitável desfecho trágico, mas que, diferente dos outros contos, não acontece, conferindo a este um sabor especial. Noite de Almirante (publicado no livro Várias histórias) é sobre Deolindo, jovem marinheiro que volta de uma viagem longa para encontrar a namorada, com quem fizera um voto de fidelidade (e cumprira) com um novo homem. Ele a procura, conversa com ela, dá-lhe um presente e sai desesperado, pensando em suicídio. Não o comete, mas tem vergonha de admitir aos amigos a verdade e mente que realmente passou uma noite de almirante.

- MACHETE

Inácio Ramas pertencia a uma família de músicos. Seu pai era concertista da capela imperial. Desde ceda Inácio manifestou sua vocação musical, assim aprendeu a tocar rabeca, instrumento que rendia-lhe o sustenta. Porém, seu instrumento do coração era o violoncelo, desde que vira o concerto de um músico alemão. Casou-se com a jovem Carlotinha, com quem teve um filho. A moça não entendia nada de música. Um dia ela pede-lhe que toque alguma canção, pois nunca o vira em atividade. Ele toca uma canção que fez quando a mãe falecera, mas a esposa demonstra um entusiasmo falso. Apenas um amigo incentiva Inácio, dizendo-lhe que deveria tocar em salões. Um dia 2 jovens que passavam pela casa do casal, escutaram a música de lnácio e romperam aplausos e felicitações ao artista divino. Eram AmaraI e Barbosa, dois estudantes de Direito, em São Paulo.
Os homens tomam-se conhecidos e, a partir dai, estabelecem uma relação de amizade. Amarei passa a ser um grande incentivador musical para lnácio. Barbosa mantinha-se mais distante, pois ele também era musico e apreciava outro instrumento, o machete. Um dia reuniram-se os dois músicos com seus instrumentos. lnácio e o violoncelo foram abalados pelo sucesso de Barbosa e de seu machete. Carlotinha, de índole mundana e jovial, não disfarçou o interesse pelo novo instrumento. Os estudantes, que estavam no período de férias, retomaram a São Paulo. Depois de um tempo Barbosa
voltou para fazer uma visita ao casal amigo. Depois foi a vez de Amaral nas férias seguintes. O rapaz encontrou o amigo, na sala do conceito, tocando como nunca seu violoncelo, aos pés de lnácio estava seu filho de meses, que, dominado pela música, via o pai tocar. Quando percebeu a presença do amigo, abraçou-o Barbosa percebeu a tristeza do amigo. lnácio tomou o filho nos braços e disse que o menino deveria aprender a tocar machete, pois era melhor que o violoncelo. Conta, então, ao amigo que Carlotinha havia fugido com Barbosa, pois preferia o machete ao violoncelo. A alma de lnácio chorava, mas seus olhos mantiveram-se secos. Enlouqueceu após uma
hora.